sábado, 9 de abril de 2011

Definidas as peças para 2011


Como nos anos anteriores, iniciei cedo o processo de montagem das peças com os grupos das unidades do Espaço da Arte onde sou o professor. O intuito dessa escolha se dá por duas razões:
  • A motivação dos alunos, que já optaram e escolheram sua peça, o que normalmente faz com que se envolvam mais e adquiram um sentido de comprometimento em relação à oficina e à própria montagem.
  • Ganhamos tempo para preparar a peça com mais calma, dando ênfase à formação dos atores e do espetáculo em si.
Com as peças definidas desde cedo, podemos também planejar uma ampliação no número de apresentações para os grupos, o que certamente trará crescimento pessoal e artístico para cada ‘novo artista’.
Desde já adianto que os grupos enlouqueceram e muita coisa nova e boa está sendo produzida. Para despertar a curiosidade, apresento algumas ideias que estão sendo colocadas em prática:
  • INPacto, de Nova Petrópolis: Montagem inédita com o tema “CASAMENTO”
  • All Star, de Bom Princípio: Está construindo uma peça nova sobre “Histórias de amor”, inspiradas na obra de Oswaldo Montenegro;
  • O Espanto VI, de Estrela: Falará sobre “DIFERENÇAS”, inspirado em ‘O mendigo e o cachorro morto’, de Bertolt Brecht;
  • 10 Necessários, de Farroupilha – Rotary Club: fará uma releitura da peça ‘Problemas na adolescência’
  • CSArte, do Colégio Santo Antônio, de Estrela: Continua com a montagem do ano passado - “No recreio” - com o objetivo de participar de festivais de esquetes estudantis.
  • 10 Klips, de Bom Princípio: Este é o maior grupo do Espaço da Arte, com 30 alunos, pois juntamos o 10 Ligados e o Eklips. Iremos fazer uma super montagem: “Em fila”, obra construída a partir da dissertação de mestrado de Gilson Almeida, intitulada ‘Limites e Afetividade’, que faz um panorama do comportamento e das características dos professores de uma escola. Serão 30 alunos em cena. Loucura!!!
Agora, cabe a todos um super empenho em transformar estas ideias em ótimas encenações, para que possamos encantar nosso público e nos orgulharmos daquilo que conseguimos construir.

E você, o que está achando da peça que está montando? Comente!

Amorosamente,

Fernando Tepasse

sexta-feira, 1 de abril de 2011

A NOSSA ARTE


     A passagem pela universidade é algo fantástico, principalmente em se tratando de relacionamentos. São tantos colegas, professores, funcionários, enfim, tantas personalidades únicas que convivemos e conhecemos nestes quatro ou cinco anos de curso, que tornam este período de nossas vidas riquíssimo.
     Na minha estada na UERGS/Fundarte, quando participei do curso de Graduação em Teatro/Licenciatura, tive a honra de encontrar, aprender e apreender com alguns professores que foram verdadeiros mestres para mim: apenas um iniciante que sonhava em criar o ‘seu mundo de oportunidades’. Dentre estas figuras maravilhosas, quero falar hoje sobre um professor: CHICO MACHADO. Confesso que quando o vi pela primeira vez, estava em frente a um verdadeiro “X-man”, pois ele usava as costeletas e tinha uma atitude própria do Volverine, um dos principais personagens desta série de desenhos e filmes. 
Contudo o tempo passou e eu, refeito da surpresa, fui me acostumando e admirando cada vez mais o exímio professor de História da Arte, entre outros componentes curriculares, cujo conhecimento e paixão ao transmitir e fazer com que refletíssemos sobre os conteúdos que trazia fez com que nos empenhássemos em absorver cada palavra por ele expressada. Claro que muito discutimos, muito questionamos, mas muito mais aprendemos com ele. 
Hoje, descansando na rede da minha casa, depois de uma semana extenuante, lembrei-me do principal ensinamento que capturei do professor Chico Machado:“temos que saber o porque e para quem fazemos nossa arte”. Então, saboreando o bom e velho chimarrão, adoçado por um saco de “cuecas viradas” fresquinhas, pus-me a refletir sobre a minha arte. Percebi que a arte que fazemos está diretamente ligada à forma como agimos, como vemos e convivemos com o mundo ao nosso redor e, principalmente, como nos relacionamos com as pessoas que fazem parte desse ‘nosso’ mundo. Em suma, a nossa arte reflete o que somos, pensamos e sentimos. É o mais puro reflexo de nós mesmos.
Como é bacana nos enxergarmos naquilo que criamos. Ver e sentir nossa essência, nosso carisma, nosso amor, nossa alma em nossa obra. Toda a vez que “olho” para o Espaço da Arte e vejo o resultado que conquistamos nestes sete anos de vida, sinto que parte de mim está ali, pulsante, vibrante, extremamente enraizada e que, apesar dos ‘vendavais e tsunamis’ que esporadicamente enfrentamos, sei que eu, que minha arte e que o Espaço da Arte continuamos firmes e convictos do nosso propósito, que é gerar oportunidades.
Como tive no período em que frequentei a universidade, quero que você aluno(a)/atriz/ator possa ter experiências positivas enquanto estiver conosco, que independente do caminho que seguir, possa levar parte dessa arte e desse amor consigo. 
Assim, parafraseando meus mestres, encerro dizendo “que a minha e que a nossa arte possa contribuir, ao menos, para que você se torne uma pessoa melhor”.
Um excelente ano a todos!!!
         
          Fernando Tepasse